sexta-feira, 10 de julho de 2009

O nada

Eu não sou muito de acreditar em coincidências. Como já sabem, acho que nós é que nos fazemos até chegarmos ao nosso já pré estabelecido destino. Mas há coisas que não sei explicar. Ainda hoje, de manhã, pensava numa forma para animar uma pessoa e só me vinha à cabeça noções de nada. Ou melhor, do que é o nada.

Não foi preciso pensar muito... Já me senti como ela (e quem sabe se me sinto outra vez...?) O nada é pior que o vazio. O vazio implica que algo esteve num sítio, que preencheu algum espaço, fez diferença em algum sítio... o nada, não! Se não houve nada, então não houve diferença de estados, não foi preenchido nem nada foi alterado. Mas como sei que é o nada? Então é porque sei o que é o tudo ou o alguma coisa.

Não sei... Se eu não pensasse tanto assim, não seria mais feliz? Se não ponderasse tanto nas coisas, se não pensasse tanto na vida (como diz meu pai) não seria eu mais alegre, menos pesarosa com tudo o que me rodeia? Não sei... Se, ai se eu ao menos soubesse!!!

Então, aproveitando um espaço de tempo antes do pouco tempo que tenho antes de adormecer, fui ler. Outra vez. Mais um livro. Este é bem recente. Mas este autor é mesmo um SR.



«Na verdade, o deserto não existe: se tudo à sua volta deixa de existir e de ter sentido, só resta o nada. E o nada é o nada: conforme se olha, é a ausência de tudo, ou, pelo contrário, o absoluto. Não há cidades, não há mar, não há rios, não há sequer árvores ou animais. Não há música, nem ruído, nem som algum, excepto o do vento de areia quando se vai levantando aos poucos - e esse é assustador. Será que a morte, também, Cláudia?»
Miguel Sousa Tavares, No teu deserto, Oficina do Livro, Julho 2009


Ora, digam lá se não parece mesmo coincidência!? E, para ajudar a coisa...








Bjs,
Karol

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