quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

No natal deu-me para isso...

09/11/08

A miragem enevoa-me a vista
tão graciosamente despojada de querer
parecer
pretender
construir algo mais do que é.

O baloiçar do vento
nas gotas de água do
meu vidro ocular
embaça-me a visão
visão que vem de dentro
minha

Criaria um aparato
espelho meu bem visível
tempos novos, nova vida
limparia não os olhos
límpidos lavados de lágrimas
limparia sim a alma
o de dentro de mim

A imagem
o quadro pintado a cores borradas
mostra a réstia da certeza que
duvido do valor
quantidade incontável
do pó, das cinzas, das gotas de vinho,
meu sangue
da vida que levo.


City of the Fallen music - "Ashes" & "New World Order"

Mil bjs
Karó

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tenta-se e Tentasse

One keeps on trying, but trying is not enough.
So... does one stop? Does one end?
What if...?


08/10/21
Sentir com quem falar
Do icógnito do que sinto
A certeza de algo por descobrir
Cobre-me de névoa
Como véu de noiva virgem, por ser.

Sentir com quem falar
Da incerteza do meu seguro viver,
A certeza de algo por descobrir
Tapa-me a visão
Enche-me, por dentro à mostra,
Como sorriso falso de boca aberta.

Sentir com quem falar
De mim, de ti, da noite do passado
Na lina do certo ou errado,
Obscura-me a mente
Depura o sol numa manhã romanesca,
Como assassino lento que transborda
do pensamento.




Natalie Merchant - My skin

Mil bjs
Karó

Pensamento do momento...

Hoje deu-me para isso...
Cá fika o pensamento do momento:

"Eu sou tão forte quanto o chocolate que como, o shampo que uso e as amigas que tenho!"



lolol...

Bjs
Karamela Sónia :)

"I SEE YOU"

From a GREAT MOVIE comes a GREAT SONG with touching lyrics...

Hope you like it as much as I do :)





Bjs
Karamela S

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

The dark side

O prometido é devido...


Damien Rice - I remember

09/11/23
Sentei-me na casa de banho. Puxei o papel para me sentir limpa. Tudo à volta parecia ainda mais desesperado que eu. Aquele amarelo era, de alguma forma, calmo. Pelo menos hoje não havia música para me destrair. Coloquei sobre meus olhos as minhas mãos geladas para diminuir o visível cansaço do olhar. Esbati o calor que as minhas têmporas emanavam. Subitamente senti-me calma, em casa. Sem saber bem porquê, comecei a despir-me. A sensação era de estar num total à vontade, como se do meu quarto ou casa de banho se tratasse. aquele espaço. Deixei-me lá ficar, sem motivo nenhum. Só o sossego e as vozes dos outros, no lado de fora daquele ambiente me perseguiam. A vontade de lhes mandar calar ou lançar-lhes da alma um palavrão era mais que demais, mas o público não tem culpa do meu estado.


Nina Simone - I want some sugar in my bowl

Procurando o lusco-fusco, o nascer do dia, o amanhecer do dia, o espaço entre os espaços, a seita de esperanças... Melhorar aquilo que hoje tenho por vida.


Nina Simone -Nobody's fault but mine

Toca o telefone. A música é calma. Um piano a fazer lembrar uma história de amor vampireseco que sei acabar bem. É preciso que acabe bem! Não atendi. Não achei que valesse a pena. Dali a segundos estaríamos frente a frente, para um mudo combate do tlintiln das chávenas de café, no pires, branco. Branco como a minha mente, toldo como o meu coração, agora. As palavras que foram ditas, foram mais energéticas que o habitual, o climax aumentava até ao meu basta! Não consegui mais. As vozes do puto a ressoarem-me na mente vazia; a incerteza de Janeiro; a incapacidade de querer fazer algo; a vontade de não querer estar ali, nem aqui; a angústia pelo estado miserável do meu dinheiro, amarrotado; a impossibilidade de gritar e de dizer que me vou... tudo, mas tudo me levou ao silêncio, ao carro e ao lugar do seu lado, fumando um triste e amargo cigarro, pondo a cinza janela fora como quem joga um, mais um lixo para o ar como sinal do erro que, eu, cometo. O vento trazia-a de volta. Poisou durante aqueles instantes em que involve mais uma tábua da minha lenta morte, para o meu colo, deixando marcas no tecido preto da minha roupa, como deixo pegadas nos caminhos semi-errantes que tomo, tendo tomado e que continuarei a tomar até tomar uma decisão.

Mas o dia ainda não acabou. Melhor dizendo, o espaço, este tempo entre o dia e a noite, só agora começou e desenvolve-se pelas horas fora, até ao meu próximo destino: saber do meu destino. Fui talhada para o fatalismo. Fui concebida para o disfarce. Sou actriz por forma de vida, enganando-me de ser o herói feminino das peças ensaiadas pelo masculino. Peão dos sonhos do tempo, figurante dos sonhos do destino, herói que salva e não é salvo, herói que morre e não mata; heroína dos afectos e das desilusões. Mestre do choro lusitano.

Agora, sentada ao volante do carro parado, sentindo nas veias o crescendo da música sem letra, sem som que me perturbe a alma, vejo outros carros, luz, escuridão e poucas pessoas à minha frente. Sei o que se entende pelo outro lado do muro. A morada para onde um dia irei, iremos. Li, li muitas horas à sua frente, era a paz que na altura precisava até me sentir a mais. Mas acabo sempre lá: em pé, ao lado, sentada, em pensamentos. É de mim que vêm esses recados para a dor; é de mim que brota esta tristeza sem razão; é de mim que vem este fingir para não justificar; este desconcerto disfarçado para não questionar. É de mim que venho e a quem regresso.


Beyonce - Save the hero

Mil bjs
Karó

O primeiro "E se..."



Coldplay - What if

Tive um sonho enho. Não daqueles da bolinha vermelha no canto direito. Mas se tivesse continuado a dromir, poderia lá chegar.

Sonhei com "aquele" amigo, e com outras duas amigas. Estava em Lisboa, a falar com a Vita sobre a não ida ao casamento e, de repente, estou numa casa escura a lavar as mãos, quando a Gracinha apareceu atrás de mim, a olhar-me. A passar a meu lado, olhava-me ainda de uma forma muito singular. És tu? Carolina? Sim, Gracinha. Não me reconheces? Bolas! Estás bem diferente! Não sei se o que a seguir se passou, mas segui-a até onde ela foi. Trabalhava numa fábrica, ou pelo menos parecia. Mas, na realidade, era um aviário e ela depenava as galinhas, com mestria e mostrou-me como se tiravam as penas do rabo dos animais e se lhes esticava o pescoço. Foi brutal. Talvez por isso a minha mente tenha regressado à zona do lava mãos.

Acabava de lavar as mãos e estava a receber uma mensagem. Era dele, do "aquele". Perguntava-me se não iria passar o dia com ele, e já agora, a noite também. Reli e reli a mensagem. Não sei bem o que sentir. Só sei que depois fui (ainda no sonho) para outra casa de senhoria, com o meu gajo e, onde também se interessavam por mim. Todos me deixavam as chaves, os comentários, os olhares. Saímos em grupo. Fomos para uma sala de um bar, com sofás e mesas, assistir ao jogo da selecção e os olhares do "aquele" continuavam. A sensação era boa, muito boa!

Assim, por magia, estava a passear com o meu gajo e o "aquele" e depois só com o meu gajo e encontramos um boi pelo caminho. A ideia era não correr, não viesse ele atrás. Mas ele veio e eu enxutei-o e não houve perigo. Só a sensação de estranheza.

O sonho teve mais pormenores, sinto. Mas não me lembro bem e prefiro não inventar pois o propósito de aqui contar este sonho de hoje tem muito a ver com a finalidade destas histórias que pretendo aqui escrever. E se???

Não há pior coisa na vida que a dúvida. A dúvida mata, se não for satisfeita. É terrível!


SafetySuit - What if

Se não me tivesse obrigado a desapaixonar-me pelo "aquele", onde estaria? Como seríamos hoje? Se não me tivesse apaixonado pelo meu gajo, quem amaria hoje? Onde estaria ele? E se? Se? Se? Se? São algumas questões que nunca vou saber a resposta, mas que tenho a certeza de que o destino ditará a sentença no final do meu percurso.

A vida é feita de escolhas. Quando nasces, o teu rumo está traçado até à meta final, o caminho até lá é que varia de acordo com as nossas decisões, acredito! Mas, chorar pelo leite derramado também já não vale a pena. É passado, passado está. Mas a dúvida permanece e assedia -te diariamente mesmo que por breves instantes. E se?

Cheguei a um ponto onde tenho de decidir, mas há muito em jogo, há muito em que considerar pois as minha decisões têm impacto nos outros. Mas, e eu? As minhas consequências são para ser assassinadas assim? Como dizem os ingleses to endure? Levar, acarretar, suportar até ao fim, o É levar com paciência! ? É este o trilho da minha vida? Mas, e se não for? Para onde me viro? Como suportar o não decidir? E se não pensasse?

O meu problema é pensar. Penso demais, ajo de menos. Ou pelo menos não tanto quanto deveria. E depois? O que isso faz de mim? Dúvidas existênciais, decerto. O de onde vim, para onde vou continua a governar o pensamento do Homem. O meu, quase que já o sei. Pelo menos o de agora. Acho que nasci para amar o meu gajo, o Patrício. Ele precisava de mim! E o resto da minha vida? Que peso! Que peso terei na vida dele, dos outros?


Nicole Nordeman - What if

Poderia levar o resto do dia a indagar metaforicamente sobre tudo isso, mas o que interessa é como me sinto em realção a tudo. E, isso, hei-de descobrir no fim deste processo se...

Não há caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.É a tua jornada, o teu percurso para o nirvana, para o paraíso. Tudo dependerá do que entenderem por tal.

No meu caso, paraíso são muitas coisas: ler um livro, à frente da lareira, no parapeito da varanda, com uma manta de retalhos feita por mim a cobrir-me o colo, bebendo um copo de vinho tinto, ao som de um Jazz suave e sem barulhos lá fora.

Paraíso é tomar um banho relaxante de imersão, com música suave a tocar, silêncio a ser apreciado e um copo de vinho a acompanhar.

Paraíso é deitar numa cama acabadinha de fazer, com lençóis de algodão branco, descobrir a colcha lentamente para trás, colocar-me entre os panos e apreciar m bom livro, com a luz ténue, ao som da chuva a cair e a bater na persiana.

Paraíso é ter nos braços um ser pequenino, com a pele mais suave e cheirar-lhe essa mesma pele, aquele cheirinho a bébé, a arrepiar-me os pêlos.

Paraíso é rir-me pela minha mão, aquele riso simples, alegre e verdadeiro ao som das histórias de vida que ela tem para contar.

Paraíso é o dia-a-dia gozado com saúde e descernimento; é partilhar conhecimentos e conselhos; é dar a mão e ser abraçada por quem gostamos; é ter o mundo aos nossos pés, sabendo que vivemos para o dia seguinte; é percorrer os veios da vida, almejando o bem do ser e do Ser e Saber.

Paraíso é ser humano.

...

Escrevi isto no dia 11 de Outubro de 2008, pelas 05:44. De lá para cá, poucas coisas mudaram. Continuo com o meu gajo; a ser amiga "daquele" mas a ter muitas menos dúvidas sobre o que a vida reservou para mim. Coloco isto aqui porque estou a acreditar que ANO NOVO, VIDA NOVA. Espero que todos vocês compreendam!

Mts beijinhos,
Karó








sábado, 2 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo





Li isso algures e foi a despedida para o pessoal...

Aprendi...
Que não sei quase nada,
Que sempre precisei aprender,
Que a vida é muito curta,
E não há nada a perder!

Percebi...
Que nem tudo é (im)possível,
Que às vezes é difícil sorrir,
Que a vida é dura, mas eu não vou desistir!

Entendi...
Que quando sofro, eu vou saber,
Que a dor ensina a viver,
Que a vida é um longo caminho a percorrer,
ao qual irei crescer!

Contudo, compreendi...
Que quando se tem amigos,
Jamais os deverei esquecer!



Não é a minha mania de Vitton, mas é impossível não concordar.

Começou uma nova vida para mim, uma nova etapa. Com tudo o que antes tinha, com tudo aquilo que aprendi até agora, com a sobrevivência que se faz nos dias de hoje... mantenho, tenho mantido e vou manter um "A Vida é Bela e o Sol Brilha!". Quero tudo ao que tenho direito, tudo aquilo que a vida me ofereceu e que ando a descobrir. Falta-me pouco para ser feliz e depois faltar-me-á menos ainda... Mas falta sempre. Ainda bem!

Se, por ventura, não faltasse, eu não seria eu... os "se's" da minha vida seriam bem diferentes. Este eu que aqui fala, não seria EU! Se não fosse EU, a minha vida não faria sentido nem as minha Karamelas...

Ainda bem que sofri o que sofri, que sorri o que sorri, que vivi o que vivi pois tudo que hoje tenho e sou, tenho-o porque a vida me conduziu até aqui, até ao meu gajo e às minhas Karamelas e... até a uma paz de espírito que só elas sabem me dar!



Mil beijos,
Karó