segunda-feira, 6 de julho de 2009

À espera do "Crash"


Eu não vivo sempre dentro dos limites dos "e se's". Se o fizesse, estaria doida (se bem que as Karamelas vão-vos dizer que eu já sou doida!). O estar sempre a ponderar no que poderia acontecer é deveras extenuante e nos dias que correm... haja tempo!

Mas hoje, não sei bem porquê (e isso é frequente acontecer-me: pensamentos surgirem-me e ter que os anotar pois darão um poema... mais tarde) veio-me à mente a noção de que, apesar de por vezes fugir-mos não sabemos estar sós. Não conseguimos. Daí o "Crash". É a noção de que quer para ser feliz, apenas viver ou infeliz ser, temos que esbarrar contra outra pessoa. É a necessidade que temos de nos fazer notar. Dizer a alguém que, nem que seja por momentos, existimos e temos importância. E esperar que esse alguém, dê, deveras, importância...

Gosto desta imagem de Caravaggio - detalhe do quadro Judith Beheading Holofernes (1599). Gosto de Caravaggio. E esta parte, é complacente. Está-se. Parada. Imóvel. Contemplativa, sei lá! Reflecte-me, hoje, como em muitos dias que se tem passado. Estou à espera de algo, de um esbarramento - por assim dizer. O resto do quadro... é mais violento. Fica para outro dia...

Hoje é deveras um dos dias em que penso que o "Crash" não faz parte de alguns outros quando pensam em mim. Deixam-me vaguear, preocupando-se em se fazer de preocupados mais nada... Sentimentos de fim-de-semana, onde a alegria contagia, o prazer reina, as piadas sucedem-se mas no calor do recatmento, a sós... fico sempre à espera do "Crash". De viver de acordo com aquilo que idealizei. Mas, tá aí o problema: IDEALIZEI!!!!!


Romantic landscape with Ruined Tower (1832-36) do Thomas Cole. É algo abandonado ao turbilhão de sentimentos... pintor romântico, claro!

Mas também, e se não me preocupasse tanto assim com eles e mais com o dizer o que sinto? Mas, como boa menina, guardo cá dentro outra vez as palavras que não digo, mas que algum dia direi... quando aprender que nem tudo o que eu quero acontecesse, nem tudo o que eu sonho aparece, nem tudo o que idealizo se materializa. Mas, e se eu acreditar que tudo tem um final um propósito maior, que estou a aprender a sofrer para depois ter a consciência do que é a alegria? Então, vou acreditando, impondo uma força no querer que tudo tenha o seu ciclo e que um dia, terei o "Crash" e esta epera de anos tenha um fim e que me olhem e me vejam como sentimento de toda a vida.



Bjs
Karol

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