terça-feira, 7 de julho de 2009

Meu mundo

Este poema escrevi-o há uns anitos... mas como disse a Ilda sobre um seu, ainda faz sentido. Oh se faz!!!

Para mim, poesia é sentimento e não dá para voltar atrás, não dá para corrigir. Escreve-se por que se sente, e sente-se por que se magoa ou por que se sorri e escreve-se poesia por que se chora com a alma e ... e isso não se corrige: vive-se e aprende-se! Senti o que este expressa e, anos depois, sinto-o novamente. É dos poucos que criei que me recordo o título pois senti-o no seu esplendor!

Fui-o buscar pois hoje atormenta-me a ideia do "se eu não tivesse problemas, criar-los-ia?" Imaginemos que vivessemos sem problemas: será que o Homem os criaria só para sentir-se parte de algo e não um ser estranho dentro de um quadrado branco insípido? O que criaria para si próprio ou para o vizinho, já que só ele mesmo é que seria perfeito, sem problemas nem mácula? O Homem é imperfeito e nunca ficaria contente em não gerar qualquer tipo de conflito com alguém, sobre algo.

Acho que tenho a tendência para cria-los... Não intencionalmente, mas sim porque a minha mente anda sempre num reboliço a tentar descortinar algo que alguém disse ou fez, ou a comentar algo, a conjurar teorias, a incentivar alguma coisa... mesmo que eu não acredite. A minha mente anda a ser treinada para que eu acredite que tudo tem um fim justo. Acredito que tudo e todos têm já o seu fim, a sua meta delimitada, o caminho é que é diferente dado que mudamos de opinião e mudamos a nossa vida em função do que nos rodeia, do problemas que surgem... problemas, o que são eles? Verdade ou fruto da nossa mente? Não sei... mas sei o mundo em que EU vivo e deste mundo, sinto-o como há nove anos atrás.


00/12/31

Meu mundo

Seis paredes brancas me pertencem.

Uma delas meu Inferno, outra meu Céu.

Quatro anjos, somente meus, as restantes.

Meu céu. Voando para ti olho,

Sem nada para ver,

Vislumbro minha vida, meus feitos.

Os raios da Sombra, desta luz que me ilumina,

Encandeiam meu sóbrio pensar e

Conduzem-me em mil aventuras e

Sempre sem nada ver, sem nada que este

Céu tem para me mostrar: apenas

Pequenos gorgulhos brancos,

Pequenas saliências e planícies, tão brancas

Como as primeiras.

Nada vejo! Tudo imagino!

Meu Inferno. Frio chão em que piso.

Brilho que me surpreende a cada dia, mais baço.

Quadrados de madeira que ardem ao toque de meus pés.

É um Inferno que me queima,

É um companheiro de todos os dias.

É um caminho que me abre as portas,

Para o rico sonho de olhar um céu nú,

Um caminho que me conduz àquele alegre canto,

Que me abraça a cada noite que passa.

Anjos meus. Protectores da minha vida,

Criadores do meu andar, do meu sentir!

Um mais pequeno, outro maior.

Há um que no meio se encontra,

Outro que é o fim e o início.

Não sei qual deles o melhor, o que mais me protege.

Num vejo, claramente, o mundo que é meu,

Ou até o mundo onde queria pertencer.

Noutro, está o espelho que tento evitar,

Que por vezes olho para poder ver:

O que não quero ter a certeza, o que não quero duvidar.

Em frente: a triste realidade de todos os dias,

A alegria desta casa, deste povo.

O princípio começa onde acaba o sonho: no outro.

Na porta da realidade e do mundo que me espera,

O pisar de um outro inferno, no ver um outro céu

Que não são iguais aos teus, mas são parecidos aos de alguém!

Diferentes em tamanho e cor, mas iguais em tormentos e alegrias!

É um pedaço daquilo que conhecem,

É apenas um sítio onde me encontro: o meu mundo!


Bjs,

Karol


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