segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O primeiro "E se..."



Coldplay - What if

Tive um sonho enho. Não daqueles da bolinha vermelha no canto direito. Mas se tivesse continuado a dromir, poderia lá chegar.

Sonhei com "aquele" amigo, e com outras duas amigas. Estava em Lisboa, a falar com a Vita sobre a não ida ao casamento e, de repente, estou numa casa escura a lavar as mãos, quando a Gracinha apareceu atrás de mim, a olhar-me. A passar a meu lado, olhava-me ainda de uma forma muito singular. És tu? Carolina? Sim, Gracinha. Não me reconheces? Bolas! Estás bem diferente! Não sei se o que a seguir se passou, mas segui-a até onde ela foi. Trabalhava numa fábrica, ou pelo menos parecia. Mas, na realidade, era um aviário e ela depenava as galinhas, com mestria e mostrou-me como se tiravam as penas do rabo dos animais e se lhes esticava o pescoço. Foi brutal. Talvez por isso a minha mente tenha regressado à zona do lava mãos.

Acabava de lavar as mãos e estava a receber uma mensagem. Era dele, do "aquele". Perguntava-me se não iria passar o dia com ele, e já agora, a noite também. Reli e reli a mensagem. Não sei bem o que sentir. Só sei que depois fui (ainda no sonho) para outra casa de senhoria, com o meu gajo e, onde também se interessavam por mim. Todos me deixavam as chaves, os comentários, os olhares. Saímos em grupo. Fomos para uma sala de um bar, com sofás e mesas, assistir ao jogo da selecção e os olhares do "aquele" continuavam. A sensação era boa, muito boa!

Assim, por magia, estava a passear com o meu gajo e o "aquele" e depois só com o meu gajo e encontramos um boi pelo caminho. A ideia era não correr, não viesse ele atrás. Mas ele veio e eu enxutei-o e não houve perigo. Só a sensação de estranheza.

O sonho teve mais pormenores, sinto. Mas não me lembro bem e prefiro não inventar pois o propósito de aqui contar este sonho de hoje tem muito a ver com a finalidade destas histórias que pretendo aqui escrever. E se???

Não há pior coisa na vida que a dúvida. A dúvida mata, se não for satisfeita. É terrível!


SafetySuit - What if

Se não me tivesse obrigado a desapaixonar-me pelo "aquele", onde estaria? Como seríamos hoje? Se não me tivesse apaixonado pelo meu gajo, quem amaria hoje? Onde estaria ele? E se? Se? Se? Se? São algumas questões que nunca vou saber a resposta, mas que tenho a certeza de que o destino ditará a sentença no final do meu percurso.

A vida é feita de escolhas. Quando nasces, o teu rumo está traçado até à meta final, o caminho até lá é que varia de acordo com as nossas decisões, acredito! Mas, chorar pelo leite derramado também já não vale a pena. É passado, passado está. Mas a dúvida permanece e assedia -te diariamente mesmo que por breves instantes. E se?

Cheguei a um ponto onde tenho de decidir, mas há muito em jogo, há muito em que considerar pois as minha decisões têm impacto nos outros. Mas, e eu? As minhas consequências são para ser assassinadas assim? Como dizem os ingleses to endure? Levar, acarretar, suportar até ao fim, o É levar com paciência! ? É este o trilho da minha vida? Mas, e se não for? Para onde me viro? Como suportar o não decidir? E se não pensasse?

O meu problema é pensar. Penso demais, ajo de menos. Ou pelo menos não tanto quanto deveria. E depois? O que isso faz de mim? Dúvidas existênciais, decerto. O de onde vim, para onde vou continua a governar o pensamento do Homem. O meu, quase que já o sei. Pelo menos o de agora. Acho que nasci para amar o meu gajo, o Patrício. Ele precisava de mim! E o resto da minha vida? Que peso! Que peso terei na vida dele, dos outros?


Nicole Nordeman - What if

Poderia levar o resto do dia a indagar metaforicamente sobre tudo isso, mas o que interessa é como me sinto em realção a tudo. E, isso, hei-de descobrir no fim deste processo se...

Não há caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.É a tua jornada, o teu percurso para o nirvana, para o paraíso. Tudo dependerá do que entenderem por tal.

No meu caso, paraíso são muitas coisas: ler um livro, à frente da lareira, no parapeito da varanda, com uma manta de retalhos feita por mim a cobrir-me o colo, bebendo um copo de vinho tinto, ao som de um Jazz suave e sem barulhos lá fora.

Paraíso é tomar um banho relaxante de imersão, com música suave a tocar, silêncio a ser apreciado e um copo de vinho a acompanhar.

Paraíso é deitar numa cama acabadinha de fazer, com lençóis de algodão branco, descobrir a colcha lentamente para trás, colocar-me entre os panos e apreciar m bom livro, com a luz ténue, ao som da chuva a cair e a bater na persiana.

Paraíso é ter nos braços um ser pequenino, com a pele mais suave e cheirar-lhe essa mesma pele, aquele cheirinho a bébé, a arrepiar-me os pêlos.

Paraíso é rir-me pela minha mão, aquele riso simples, alegre e verdadeiro ao som das histórias de vida que ela tem para contar.

Paraíso é o dia-a-dia gozado com saúde e descernimento; é partilhar conhecimentos e conselhos; é dar a mão e ser abraçada por quem gostamos; é ter o mundo aos nossos pés, sabendo que vivemos para o dia seguinte; é percorrer os veios da vida, almejando o bem do ser e do Ser e Saber.

Paraíso é ser humano.

...

Escrevi isto no dia 11 de Outubro de 2008, pelas 05:44. De lá para cá, poucas coisas mudaram. Continuo com o meu gajo; a ser amiga "daquele" mas a ter muitas menos dúvidas sobre o que a vida reservou para mim. Coloco isto aqui porque estou a acreditar que ANO NOVO, VIDA NOVA. Espero que todos vocês compreendam!

Mts beijinhos,
Karó








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